É VIDA? Então vive sem limites, mas... COM VALORES!

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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

As Trindades (1)


Poucos se lembrarão das Trindades. Ritual simples, ao qual os mais antigos davam muita importância. Nem era preciso ter relógio. As Trindades determinavam muitos comportamentos na organização diária dos habitantes das nossas aldeias.
Do alto da torre da Igreja, de manhã, ao nascer do sol, ao meio-dia, ao pôr-do-sol e à hora de deitar era o horário do toque dos sinos, em muitas das aldeias de Portugal.
Hoje são poucas as terras onde ainda se lembra aos fiéis a hora certa de rezar.
Toque que não toque, quem quer rezar, reza. Quem não quer, não reza”.
Além do toque da manhã e do fim do dia, tocavam também ao meio-dia e algumas horas depois de escurecer. O toque da manhã, é o toque das Ave-Marias (destinado a recordar o anúncio do Anjo Gabriel à Virgem Santa Maria). O da tarde é o das Trindades (ou à Santíssima Trindade).
O toque da manhã marcava o início do dia e do trabalho no campo.
Ao meio-dia assinalava-se outro momento para rezar.
À tarde, ao pôr-do-sol, rezava-se após o dia de trabalho, antes de recolher a casa.
Noite dentro as orações lembravam os entes que partiram já deste mundo.
Para muitas crianças o toque das Trindades marcava, no Verão, o fim das brincadeiras na rua. Não era preciso a mãe e o pai irem chamar. Já se sabia que, mal tocava o sino nove vezes (três vezes três), em intervalos a meio de cada três badaladas, era o sinal de recolha.
Antigamente, há muitos anos atrás, a responsabilidade do toque andava à volta do povo, em muitas aldeias. Ou então havia mordomos, ou pessoas que o faziam voluntariamente, por devoção.
O que mais custava, era ir tocar à noite, às almas, principalmente no Inverno.
Recorda-se com saudade os tempos, em que as almas dos que partiram eram lembradas, todos os dias e, sobretudo, na Quaresma. Dizem que a oração das almas era muito bonita. Quando era na Quaresma iam a encomendar as almas em volta do povo e cantavam muito bem. De noite, as pessoas acordavam e sentiam aquelas vozes a cantar e “ficava muito bonito e era bem”, dizem.

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