26 de Abril - No dia seguinte, ponho os pés em terra e olho
o céu, procurando alcançar o limite dos meus limites
Hoje é o dia
seguinte. O dia seguinte à festa da comemoração do 25 de Abril de 1974.
Hoje já é o dia
seguinte.
Dia de pensar o que
foi.
Dia de procurar as
marcas que ficam na memória e na identidade de um povo.
Dia de mudar a água
das flores e de procurar uma e outra vez o seu perfume.
Dia de apreciar o
legado que as gerações que nos precederam nos entregaram como um bem precioso.
Dia de, individualmente,
procurar definir ou descrever o conceito de liberdade.
O que é a liberdade?
O que significa ser livre? Onde me situo eu em termos de liberdade?
Em que sou livre?
Como sou eu livre? O que me prende e o que me escraviza? Como lido eu com as
liberdades dos outros?
Estas são algumas
questões que coloco a mim mesma, hoje, dia 26 de Abril – neste dia seguinte.
Ponho os pés em terra e olho o céu, procurando alcançar o limite dos meus
limites. Sinto, confusamente, que os horizontes nem encurtam nem desaparecem;
descortino horizontes de liberdade que me desafiam à aventura de jogar a minha
liberdade no mundo e através do mundo descobrir que o meu ser é tão livre que
até é capaz de Deus.
Sou tanto mais livre
quanto me torno indomável pelas escravidões, laços e prisões da vida social,
profissional, familiar, pessoal e íntima. Sou tanto mais livre quanto, diante
de Deus, consigo perceber a que plenitude de vida posso aceder. Sou tanto mais
livre quanto decido viver como criatura responsável pelo mundo, responsável por
todas as criaturas e responsável por mim própria.
fonte:rrIV
oiapontoponto