O restaurante
poderia estar cheio de pessoas, mas não seria sinónimo que não houvesse gente a
passar fome.
As estações de
serviço poderiam estar cheias de carros, mas não seria sinónimo que todos os
carros tivessem o depósito atestado.
O café poderia
estar cheio pessoas, mas não seria sinónimo que todos gostem de cerveja ou
qualquer outro "néctar".
A fonte do
Luso está cheia de gente para encher garrafões de água, mas não é sinónimo que
todos tenham necessidade de hidratação.
As empresas podem
ter trabalhadores, mas não é sinónimo que não haja desemprego.
Os trabalhadores
auferem um vencimento mensal, mas não é sinónimo que todos tenham sustento para
as suas famílias.
As estradas estão
cheias de viaturas, mas não é sinónimo que todos possuam carros.
A cadeia está
cheia de presos, mas não é sinónimo que todos os delinquentes estejam presos.
Os aeroportos
estão cheios de pessoas, mas não é sinónimo que todos tenham possibilidade de
"andar" de avião.
As creches
estão (deviam) cheias de crianças para crescerem harmoniosamente, mas não é
sinónimo que não haja crianças sem possibilidade económicas para frequentarem
as mesmas creches.
Os lares estão
superlotados de idosos, mas não é sinónimo que todos tenham o acompanhamento
mínimo para um envelhecimento feliz.
As praias,
rios e piscinas podem estar cheios de pessoas, mas não é sinónimo que todos saibam
nadar.
Há muita gente
a andar de bicicleta mas isso não é
sinónimo que todos sejam ciclistas.
Há muita gente
a fazer caminhadas, mas não é sinónimo que todos sejam atletas.
O hospital
está cheio de doentes para se curarem, mas não é sinónimo que todos os doentes
estejam no hospital.
A igreja pode
estar cheia de pecadores, mas não é sinónimo que não os haja cá fora.
E, muitas mais
coisas estão cheias de coisas ou pessoas.
Tudo isto vem
a propósito de, amiudadas vezes, se ouvir dizer que os que vão à igreja são
piores que os outros.
Às tantas, até
são; unicamente na medida em que já reconheceram que só vai à igreja quem precisa,
tem fé e acredita indubitavelmente Nele.
E, este
acreditar, e, esta fé, tem afetos e, só
existe porque vive desses mesmos afetos e são esses mesmos afetos que nos unem
e devem ser fator de contágio para os demais.
Remando com
afecto...
... um bom fim de
semana!
oiapontoponto