É VIDA? Então vive sem limites, mas... COM VALORES!

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sábado, 8 de janeiro de 2011

Pedaços da vida do Padre Manuel Marques Dias

CONVITE


Lançamento de livro sobre "Pedaços da vida" do nosso ex.pároco Padre Manuel Marques Dias. Passados muitos anos ainda há quem se lembre de quem muito deu à nossa paróquia.
Satisfação e surpresa.
Gratidão do tamanho do mundo para quem muito deixou de si e, também, muito sofreu nas terras de Oiã.
Passou entre nós os últimos anos do antigo regime, a que chamavam fascismo, e os primeiros anos deste novo regime que dá pelo nome de democracia.
Parece contradição mas não foi. Os primeiros anos deste novo regime foram os mais difíceis para o Padre Manuel Marques Dias.
Nessa altura fazia-se o restauro da nossa Igreja Matriz. Pequenas mensagens e desenhos feitos nas paredes ainda sem azulejos, foram vistas como apelos ao comunismo e, até a foice e o martelo eram vistos na imaginação de alguns. Diziam esses: "Vão lá e vejam bem o que lá está. Do lado esquerdo quem entra está o desenho da foice e do martelo".
Foram tempos de clivagens e divisões.
Num dos lugares da nossa freguesia, o então Bispo Coadjutor António Marcelino, vindo numa missão conciliadora, foi submetido a um vexame de fazer corar os mais democratas. Carro abanado, improprérios verbalizados em tons de fúria e ódio.
Cartazes afixados a exigir o saneamento do pároco.
Fotografia com 36 anos

Estávamos nos anos de 1974/1975.
Com paciência, perseverança e coragem, o Padre Manuel lá foi fazendo o seu percurso, desapegado dos bens materias e consciente que estava em missão.
Passados uns anos, a Igreja Matriz ficou linda, conservada e, as sementes lançadas à terra em tempos conturbados e de vendaval, começaram a dar frutos.
Estava muito avançado para a época e, isso, ao contrário do que, na altura, alguns fizeram crer, não era um defeito, mas sim uma grande virtude.
Quem teve o previlégio de mais de perto lidar com o Padre Manuel é testemunha fiel, que, por trás de um semblante algo frio e marcado por alguma nostalgia e incompreensão, estava um homem sincero, amigo, tranquilo e com um coração muito grande.
Só assim se justifica que dormisse todos as noites com as portas só encostadas. Mesmo aconselhado para que não continuasse com as portas abertas, nunca vacilou e com a maior serenidade do mundo dizia que estava ao serviço de Deus e que nada lhe aconteceria.
Era a segurança e a consciência de que estava no caminho certo.
Por tudo aquilo que nos deu e deixou, nunca é demais dizer:
UM OBRIGADO MUITO GRANDE PARA O PADRE MANUEL MARQUES DIAS
oiaponto.

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