É VIDA? Então vive sem limites, mas... COM VALORES!

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terça-feira, 6 de abril de 2010

Recuperação da tradição do "reza"

"O REZA"
Chegados ao dia de Páscoa e as correrias aconteciam.
Era um ver se avias para surpreender o ou os apostadores do "reza" para lhes ganhar.
No início da quaresma era fatal. Há que fazer os respectivos contratos.
Acordava-se qual a penalização para quem perdesse, a qual, normalmente passava por quantidades de amendoas, rebuçados ou chocolates.
E o cerimonial era sempre o mesmo. Com os dedos mindinhos da mão direita enganchados faziam-se as apostas, dizendo em simultâneo: "enganchar, enganchar, dia de Páscoa dar um folar - reza".
E, dia a dia lá se mandava rezar o parceiro.
Também havia regras próprias que podiam ser acordadas, entre as quais, a impossibilidade de se dizer reza ao parceiro se ele estivesse "debaixo de telha".
Artimanhas eram feitas para impedir que o "reza" valesse. Bocados de telhos de tijolo em cima da cabeça eram colocados, e quando o parceiro lá dizia "reza", tinha que se argumentar: "Não valeu porque estou debaixo de telha"; e lá se mostrava o "telho que andava escondido".
Mas, o melhor, estava guardado para a noite da vigilia pascal.
Logo a seguir à meia-noite, uns escondiam-se, outros recolhiam-se em casa para não serem surpreendidos e outros, os mais arrojados, saltavam os muros dos quintais para, entrando pela traseiras da casa dos vizinhos, lhes atirarem com o "fatal" "reza"!
"Eu disse primeiro!"; "Não. Quem disse primeiro fui eu!"
E, quando o encontro não era possível à noite, o mesmo estava mais que marcado para todo o dia de Páscoa. Até parecia que se andava a jogar às escondidas.
Com enganos e desenganos lá se conseguia dizer o "reza" a toda a gente.
De uns se perdia; a outros se ganhava, e, nos dias seguintes, era feita a respectiva contabilidade, para se saber quem é que tinha ganho mais amêndoas, rebuçados ou chocolates. Dizia-se que os chocolates só estavam ao alcance dos "ricos".
Feitas as contas finais, logo se marcavam os ajuste de contas para o ano seguinte, dizendo: "Para o ano vais ver!!!"
E, no ano seguinte, lá se voltavam a repetir as apostas.

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