Há dias em que se “acorda com os pés de fora”.
Há dias em que “mais vale não nos levantarmos”, desabafamos, por vezes, quando parece que o Sol nasce para os outros, não para mim.
Há dias em que preciamos que nos acendam o coração
Há dias – e para tantos de nós, são tantos os dias – em que os dias são como a noites; vivemo-los como que adormecidos ou então sentimos o desconforto das insónias e dos pesadelos.
Há dias em que nos sentimos desfalecer, arrastamos os pés, olhamos para o chão, sem energia, sem expectativa, sem vontade de “cuidar da vida”.
Há dias em que a vida nos foge e nos sentimos traídos, perdidos no silêncio da solidão, perdidos do amor e do valor que significamos para alguém.
Há dias em que o coração queima de impotência perante tanta contrariedade
Há dias – e hoje pode ser um deles – em que das pedras poderemos fazer pão e do escuro da noite fazer caminho a percorrer, na esperança de que a marcha nos poderá levar de aurora em aurora e não deixará que as sombras e a lassidão resignada ofusquem o dia.
Isabel Varanda
Isabel Varanda
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